3 de fev. de 2013

Na minha infância eu jamais fui
Como os outros eram; eu jamais vi
como os outros viam; eu não podia
Tomar-me da mesma fantasia;
Da mesma fonte eu não peguei
Meus medos, eu não despertei
Meu coração para a alegria.
E tudo o que amei, amei só.
Então, na minha infância, na alba;
Veio da tormentosa vida;
De cada abismo do bem e do mau;
O mistério que ainda [me] faz mal.
Veio dos rios, veio da fonte;
da rubra escarpa do gran monte;
do sol, que havia [me] dominado
em outonais clarões dourados;
E dos relâmpagos horrendos,
Que voavam, estupendos;
do trovão e da tempestade;
E a nuvem que transformou-se,
(Com todo o céu azul assim),
em um demônio, ante a mim.

Escrito por Edgar Allan Poe. Traduzido por mim, Felipe Guerreiro.

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