31 de out. de 2013

Hell'o'ween

Na noite mais fria de Outubro uma mulher grita pelos seus remédios, deitada numa maca, debatendo-se de dor, implorando para Deus que um dia possa voltar à dormir; Um homem chora por um coração partido, perdido num beco escuro entre algum lugar e lugar nenhum; E uma criança reza para que os monstros que esganeiam-se e escandalizam-se no andar debaixo não subam para devorá-la.
Na noite mais quente de Outubro um jovem nauseado vê sangue escorrendo pelo seu nariz indo de encontro com o concreto morto enquanto cambaleia pelas ruas mal iluminadas da sua cidade; Um idoso grita pela última vez com lágrimas de dor e prazer; E uma bruxa prepara-se para jantar.
Na última noite de Outubro, as montanhas de calor despem-se na neve, mostrando os teus seios de benevolência. Seios dos quais a lua se alimenta, assim como a escuridão em volta dela.
Na única noite de Outubro a Besta se liberta, o dragão festeja, vikings e cangaceiros banham-se no próprio sangue. Risadas e agonias são ressoadas pelos ventos do norte para todos os cantos do planeta, e os homens veem-se afogando no próprio gozo diante da iminência, do perdão, da compreensão e da confidência da verdadeira lua de Outubro.
Na real noite de Outubro, o Dragão faz-se soberano de todos os cantos escuros, impondo sua sombra sobre toda a existência.
E Novembro amanhece... Seguido de um inocente "Eu Te Amo".

Espantalho

Essa é a história de um espantalho.
Entre o sul de Algum Lugar e o norte de Lugar Algum, havia uma fazenda sem nada de incomum. Animais ali pastavam, e cães deles cuidavam. Tinha milharais até onde os olhos podem ver, e também outras plantas, que não paravam de crescer. E também tinha uma casinha, de madeira e aconchegante, onde morava uma família de escória contaminante. E no centro disso tudo, entre folhas e espigas de milho, cresce um espantalho, na posição do sacrifício.
Do topo de uma árvore, perto do milharal, um corvo observa o espantalho, com obcessão sobrenatural. O espantalho é feito de carne, e sangue escorre pelo seu rosto. Ele está fraco, e manchas vermelhas adornam seu corpo. Ar entra nos seus pulmões trêmulos e sai com o odor de mil túmulos. Seus olhos estão opacos e sem vida, e mais corvos se reúnem, para ver sua maravilha.
Um dos corvos se estremece com seus augúrios abissais, e prepara seus pulmões para proferir seu "nunca mais". Mas sua maldição é, de repente, interrompida, pelo som de cacos no chão e rasgos na cortina. Gritos de dor e tiros na surdina.
Uma menina, oh tão linda, de apenas 10 anos, sai correndo da casinha, com olhos de horror inumano.
"Mano! Mano!" Ela grita em desespero. "O papai chegou! Ele chegou mais cedo!"
O espantalho levanta sua cabeça, e vira ela com medo, e tenta se livrar do crucifixo no qual está preso. Seus esforços são em vão, mas a menina o ajudará! Ela não o deixaria na mão... Ou será que deixará?
Outro estouro assusta os corvos para longe, de volta à terra dos condenados, e a menina cai de joelhos na terra, ante ao crucifixo do seu amado espantalho.
"Irmã, irmã, me tire daqui. Não aguento mais isso, tire-o de mim."
"FI FAI FOU FU" ouviam os irmãos na distância da casinha. "FI FAI FOU FU" repetia a voz bêbada de dentro da família.
Lágrimas dominavam os olhos dos irmãos, e a menina desamarrava o fardo das suas mãos. O espantalho estava livre! Finalmente! Serão felizes! Ou pelo menos assim seria, sem suas cicatrizes. Suas pernas lhe foram cortadas para que não pudesse fugir daquele bêbado que gritava "FAI FOU FU FI".
Eles tinham que se esconder. Se ajudar pra sobreviver. E assim foram pra árvore, de onde os corvos os viam sofrer.
"FOU FU FI FAI! ONDE VOCÊS ESTÃO, SEUS PEQUENOS PIRRALHOS?! FU FI FAI FOU! VOU ENTRONTRÁ-LOS E FAZÊ-LOS DE ESPANTÁLHOS!" Nisso, um pequeno corvo que não havia fugido, estava ali, convenientemente, para expressar o seu augúrio maldito. "Nunca mais" ele gritou e o destino dos condenados, selou.
"FI FAI FOU FU, EU NÃO PRECISO DE MAIS NENHUM!"
Essas foram as últimas palavras que a menina ouviu, e deram luz ao ódio que o espantalho sentiu.
Ele tentou lutar o melhor que pode, e o amaldiçoou o quanto fosse. Porém, o grande homem bêbado apenas riu da sua cara, e o chutou no estômago como se fosse ter graça. O menino desistiu, e libertou a sua alma. Vingou-se do seu pai, mas ficou preso àquela casa.

Umbanda Satanachia

Eis que paramos. Quem diria que encontraríamos um castelo de tamanha majestade em lugar como este? Memórias de conhecimentos anteriormente atemporais invadem minha mente para que eu pense em tal comentário sem sentido com minha realidade, enquanto eu e meu amigo de infância desmontamos dos nossos cavalos, e os prendemos aos portões do castelo europeu perdido nas florestas tropicais das terras do rei purtugueish, e dos pagés de Maracatu-Guarani. Ou seria Tupi-Samba? Enfim...
A lua olha para nós com olhar de desaprovo, mas, não somos lunáticos, quem liga para o que a Lua diz, não é meu velho? Eu ligo... Mas não hoje, por algum motivo estranho.  O castelo me seduz com aquela curiosidade quase sexual, como quando você faz sexo com um travesti.
Quando passamos do portão notamos que à direita do castelo (nossa esquerda) existe um cemitério de elefantes. Estes são bastante raros na America do Leste.
Ignoramos o fedor de elefantes mortos e entramos. Nem de longe era ele tão grandioso de dentro quanto de fora. Na realidade até parecia um simples complexo de apartamentos! Um complexo muito velho e sujo, mas repleto de gente.
Gente de todo tipo! Desde arianos até italianos! Ok, talvez não todo tipo de gente.
Eles mal se vestiam. Usavam penas e folhas para cobrir suas vergonhas enquanto dançavam em círculos ao batuque de Bossa Nova.
Meu amigo juntou-se à festa dos bárbaros branquelos e eu lhes observei.
Dois branquelos em particular me chamaram a atenção. Uma italiana baixinha e tímida com cara de boba envergonhada. O que ela fazia alí? E um homem ariano, alto e musculoso, que parecia chefiar a festa.
Quando voltei a mim, homenagearam o Senhor com preces à cruz branca deitada para a esquerda. E também para a vó morte, com uma canção do ninar eterno.
Logo a cruz deitada tronou-se vermelha, e os bárbaros branquelos do castelo de apartamentos  começaram a pintar os símbolos de goétia uns nos outros.
"Isso é o máximo!" Meu amigo comentou, e eu respondi: Não! Vamos embora! Vamos sair daqui!
Naquele lugar, a Lua já não podia mais olhar por nós. A luz se distorcia. Tudo parecia vermelho sangue. Eles dançavam e pintavam com ainda mais ferocidade, e tudo aquilo me assustava de tal forma que só pensava em ir embora, mas me deixava curioso de tal forma que só pensava em ficar e ver mais um pouco.
Mas meu amigo nem ligava, e se divertia entre os branquelos dançantes que pintavam-se de negros, como se numa tentativa de se tornarem corredores haitianos.
E logo, aquele homem que parecia o líder, todo pintado de negrume mais preto que a noite, veste uma capa negra e vermelha com símbolos demoníacos bordados nela, uma carola preta e vermelha de soberania sobre a casa, e se apoia numa bengala de violação das moralidades. Ele então nos grita "TRAZ OS ESTRANHO!"
Eu e meu amigo nos aproximamos, e nos olhos do branquelo enegrado... Vi as almas de 368002 demônios.
Ele soprou a fumaça do seu charuto na minha cara como que não tem escrúpulos por nada, nesse mundo, como se espera de m demônio. Logo ele cercou-se de putas branquelas pintadas de cinza e marrom, que o tratavam como rei.
"Marabô" ele se apresentou.
"Um nome mais plausível, por favor" eu disse.
"Satanichia" ele respondeu.
Os demônios estavam lá. Estavam realmente lá.
"Eu posso te dar respostas. Respostas para qualquer pergunta. Vamos. Me pergunte. Estou aqui para responder."
"Eu não falo com demônios." Respondi.
"Mas cara..." Disse meu amigo, mas o interrompi.
"CHEGA! Nós vamos embora!"
Puxei-o pelo braço até a porta da frente.
"Pode ir!" Disseram os demônios. "Eu sei que alguma hora você vai voltar."
Os cavalos haviam fugido.

Filho do Demônio

"O QUE EU FIZ PARA MERECER ISSO, Ó MEU SENHOR?!" "Não foi nossa culpa! Foi um acidente!"
Foi a reação da mãe recém-parida e do pai recém-casado ao verem o Filho do Demônio, que tinha acabado de sair do útero da mulher. Eles estavam se divertindo na noite da troca de genes, nada disso era pra ter acontecido, pelo menos não dessa forma. Qual pecado justificaria tal punição?
O Filho do Demônio era um menino albino com um corpo minúsculo e esqueleticamente magro do qual saiam 2 cotocos no lugar das pernas, 2 coisas que pareciam galhos de árvore seca no lugar dos braços, e uma cabeça anormalmente gigantesca.
A cabeça chegava a ser assustadora. Olhos castanhos e esbugalhados, pelos perdidos no topo da cabeça, uma grande cicatriz dividindo o seu encéfalo no meio e um nariz tão pequeno que nem parecia estar lá. E ainda mais: sua pele era fina, o que fazia suas veias saltarem em linhas vermelhas e azuis espalhadas pelo corpo todo.
Nesse momento de julgamento e punição, os pais do Filho do Demônio eram observados de todos os lados. Os olhos dos médicos cruzavam os seus, dos parentes, dos outros pacientes, até mesmo os espíritos os observavam, e tomaram o filho, que era do demônio, como seu.
Em casa, a união indesejada fez com que sangue fosse jorrado. A luta foi brutal, e se fosse uma guerra, cabeças teriam rolado nos azulejos da cozinha.
Foi uma guerra.
E os gritos da batalha eram ouvidos, e processados, pela cabeça do Filho do Demônio.
A mãe ganhou a batalha, e ergueu seu filho, que era do demônio, como um troféu da independência feminina. E o Filho do Demônio passou a ter medo de altura.
A mãe expulsou o pai a tapas, e aprendeu a tolerar um monstro, tal qual o Filho do Demônio, como seu filho. Mas jamais conseguiria amar algo tão alienígena quanto ele. Aquele que deveria ser o Filho do Demônio. E se ele chorasse, era só bater para fazê-lo parar.
O Filho do Demônio cresceu com medo e rancor. Sua alma ficou tão cheia de ódio e maldade que sucumbiu.
Na manhã seguinte ele estava morto.
Na noite a seguir, ele estava bem vivo.

Sonho Pesadelado

Era uma criatura repulsiva. Ela até parecia humana. Uma criatura humanoide pelada, sem genitais, seios, ou sequer um fio de cabelo. A criatura era magra, até esquelética, e tinha pele pálida como a morte, com veias saltadas e manchas vermelha espalhadas pelo corpo.
A criatura não tinha rosto, em vez disso tinha uma boca sem lábios com dentes de feno, e três grandes semiesferas brancas onde ficariam os olhos de um ser humano.
Quando encarei tal besta infernal, ela colocou sua magra e pálida mão esquerda na primeira semiesfera, à esquerda, e apertou...
Enquanto apertava, dela saía um rio nojento e pútrido de pus, cujo cheiro me nauseava, mas me atraía o olhar.
A semiesfera esvaziava-se do pus, até que apenas um fino fio se sangue pudesse sair pelo... órgão... murcho.
Dirigiu sua mão, então, para a segunda esfera, e, novamente, apertou-a.
Seu grito de dor ensurdeceu meus ouvidos na pior das agonias. Todas as piores coisas do mundo vieram do seu brado desesperado para a minha mente, e gritamos em uníssono.
Quando a criatura parou de gritar minha agonia continuou, mas ele foi civilizado o suficiente para esperar eu parar de gritar antes de ir para a próxima semiesfera. A qual também apertou.
Em volta dela, saiam lágrimas, lágrimas que escorriam pelo "rosto" da criatura, e encontravam o chão, e assim ficou, durante horas, e para ela eu olhei, durante todas elas, contando subconscientemente cada uma das gotas que acertava o chão...
... Até que dormi.
E sonhei que descrevia
A tal da criatura,
Pra quem ouvisse
A minha loucura.

Focus

Do I have to write? Than write I shall. Even if the temptation of cutting off my hands and piercing my chest is great, that I will not do, for writing is who I am, and I shall write.
For I have ink in my fingers and ideas in my head.
Even if lacking the fiery heart burning in the blazes of inspiration, the cold icy wind of melancholy and sadness, and the critical thoughts of the (not so much) methodical brain will have to sufice.
So write I shall.
For writing is who I am.

O Destituído

O vento passa pelos seus ouvidos
Folhas craquejam sob seus pés
O chão está molhado e frio
Mas continua a andar com fé

Suas mãos tocam os troncos
dos membros da mãe amada
sem parar, até o encontro
com os mestres da alvorada

Você sangra como seringueira
Já não suporta o próprio peso
Seu estômago já lacrimeja
E está mais que indefeso

"Minha deusa, por favor, há de me ouvir!
Onde estão teus escolhidos, que irão me conduzir?!"

E assim, você se indaga
Com seus joelhos ao chão
E aos quatro ventos, brada
para que ouçam na solidão

Já perdeu sua direção
Está longe de qualquer estrada
Afinal onde estarão
Os tais mestres da alvorada?

Suas forças já se foram
nas árvores, se acolhe
e em tempos que passaram
sua mente se recolhe

"Não se preocupe, eu encontrarei os mestres
Mesmo que me dêem o mais difícil dos testes"

Você pensa ao se lembrar
de cada um dos seus amores
pelos quais iria lutar
e destruir seus horrores

Sua alma se esvai aos poucos
pelas feridas da jornada
Mas estes não eram os planos
Da irmã da mãe amada

E a luz da Lua brilhou
E o seu filho, acordou.

O Escuro Que É

O escuro que é tem forma
forma incompreesivel
da deformação da alma

O escuro que é tem mãos
com polegares que lhe pressiona os olhos
com dedos que lhe enforcam a garganta

O escuro que é tem cheiro
de ferormônios furiosos
e do sangue quente daquilo que já está morto

O escuro que é tem voz
que entorpece os sentidos
e apaixona

o escuro que é domina
o escuro que é afoga
o escuro que é mata

mata para deixar de ser

e o escuro que não é salva

pois, nada ele é
ou deixa de ser

16 de set. de 2013

Falta de Escrúpulos

Quem é você?
Para me dizer o que fazer
Para esperar algo de mim
que minhas poesias sejam metricas
e rimem

q
ue
m vo
cê pen
sa que é
pra querer um desenho
em todo poema concreto?

Quem pensa ser, para chamar-me de moderno
só por alguns poemas, sem rima nem verso?

Humano inescrúpulo
me chame do que quiser

longe
dos m
eus ou
vidos
..
.

5 de set. de 2013

Regojizo

Enquanto uns se regozijam com aplausos
E outros se regozijam com orgasmos
Eu prefiro mesmo
Dar nó na cabeça de otário

Necrofilia

Os deuses não sangram
muito menos a minha deusa

Nem todo o seu sangue
satisfaria a condessa

Dela eu retiro
Tudo o que não deseja

E para ela eu dou
toda a minha igreja

Feita do sangue e dos corpos
daquilo que desdenha

E em troca ela me dá
o amor e a beleza

Que apenas existe
no vazio e na frieza

Do ocos vassalos
tomados pela deusa

...

A única que ama...
E não decepciona...

E hoje ela me disse...
Para amar-lhe com um corpo quente.

Quem sabe assim
ela finalmente me beije.

Princesa Gótica

Minha princesa gótica. Filha renegada da rainha virgem, hei de sempre lutar por tua luz escura, tímida e fraca, que na escuridão, longe dos olhos de Deus, trabalha pelo bem, e apenas pelo bem.
Minha princesa gótica, que ama sem condições, e ama completamente.
Para descrever meu amor, não existem palavras. Seu sangue alimenta minha vida, e com ele ganho coragem de me servir, ao mesmo tempo que sirvo à ti.
Com o seu sangue pulsando nas minhas veias, não preciso temer o escuro, nem a luz, pois é o sangue de uma princesa gótica, aquela que decidiu me amar, e abraçar o meu amor.

Sexo Oral

E a própria sexualidade pressiona seu pênis contra meus olhos como se quisesse cegar-me. Cegar-me de prazer e dor com seu gosto salgado e hematomas que cria no meu corpo. Toda a sua porra é jogada na minha garganta, que faz meu corpo tossir e se retorcer, enquanto minha própria alma também goza.
A porra corre em minhas entranhas e o HIV entra no meu sangue, onde encontra um lar e uma família, pois a sensibilidade mortal sempre esteve presente. Meu corpo que sempre esteve à um passo de morrer...
Mesmo com a morte me sendo eminente, a dor do sexo domina meus sentidos de tal forma que nem se quer sinto medo.
E assim, afogo-me no prazer. No prazer salgado de sentir dor.

22 de jun. de 2013

Agoraphobia

Thou shalt not fear, for the room is empty
Thou shalt walk in, for there's none to fear
Thou shalt not cry, for nothing is more heavy
And thou shalt leave, if the sick makes thou tear.

Take the first step, since there are no monsters to be feared
Take the second step, since there's no-one there to shout
Rest thy back on the wall, since thy fears have long been gone
And enjoy Debussy's melody, for no-one else will come

"Chega de corrupção!" Was brought to thy ears.
"Vai pro inferno, Dilma!" Someone would taunt
"Esse é só o começo!" They have warned
as they took over the room, even leaving thou unharmed

"Stop! Stop!" thou says loudly on thy mind
"I cannot join you! Please, forgive me, but leave me alone!"
But the shouts cannot leave the borders of thought
So gather thy strenght to say it at once.

"Com licença. Com licença." thou says as loudly as thy shy voice can
As you get away from the crowds, to the roads of chance
and you run
run
RUN!
I GOTTA GET AWAY FROM HERE!
LET ME OUT!
LET ME OUT!

...

Thy voice is heard
and by a stranger, listened
and thy mind quiets down
to ask of thee "what have I done?"

3 de fev. de 2013

SMS, por Júlia Lucena.

O sorriso envolvente capaz de deixar-me sem palavras, um olhar brilhante mostrand-me suaalma. Quem és tu, forasteiro? Que tomas conta de minha mente e meu coração? Responda-me. Com o fizeste? O que tens a ganhar?
Muito provável que não saibas, porém, penso a cada segundo do dia em ti. O nobre guerreiro que me domina tão longe de mim. Como posso amar-te com tamanho fervor? Se a ti que entrego meu coração, mesmo a distância que insiste a separar-nos. Eu digo-lhe que és a importância da minha pequena e humilde existência.

Nota do editor: Isso foi tão repentinamente fofo *------*

Na minha infância eu jamais fui
Como os outros eram; eu jamais vi
como os outros viam; eu não podia
Tomar-me da mesma fantasia;
Da mesma fonte eu não peguei
Meus medos, eu não despertei
Meu coração para a alegria.
E tudo o que amei, amei só.
Então, na minha infância, na alba;
Veio da tormentosa vida;
De cada abismo do bem e do mau;
O mistério que ainda [me] faz mal.
Veio dos rios, veio da fonte;
da rubra escarpa do gran monte;
do sol, que havia [me] dominado
em outonais clarões dourados;
E dos relâmpagos horrendos,
Que voavam, estupendos;
do trovão e da tempestade;
E a nuvem que transformou-se,
(Com todo o céu azul assim),
em um demônio, ante a mim.

Escrito por Edgar Allan Poe. Traduzido por mim, Felipe Guerreiro.