31 de out. de 2013

O Destituído

O vento passa pelos seus ouvidos
Folhas craquejam sob seus pés
O chão está molhado e frio
Mas continua a andar com fé

Suas mãos tocam os troncos
dos membros da mãe amada
sem parar, até o encontro
com os mestres da alvorada

Você sangra como seringueira
Já não suporta o próprio peso
Seu estômago já lacrimeja
E está mais que indefeso

"Minha deusa, por favor, há de me ouvir!
Onde estão teus escolhidos, que irão me conduzir?!"

E assim, você se indaga
Com seus joelhos ao chão
E aos quatro ventos, brada
para que ouçam na solidão

Já perdeu sua direção
Está longe de qualquer estrada
Afinal onde estarão
Os tais mestres da alvorada?

Suas forças já se foram
nas árvores, se acolhe
e em tempos que passaram
sua mente se recolhe

"Não se preocupe, eu encontrarei os mestres
Mesmo que me dêem o mais difícil dos testes"

Você pensa ao se lembrar
de cada um dos seus amores
pelos quais iria lutar
e destruir seus horrores

Sua alma se esvai aos poucos
pelas feridas da jornada
Mas estes não eram os planos
Da irmã da mãe amada

E a luz da Lua brilhou
E o seu filho, acordou.

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